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Brasil, Brasil :: 28/10/2014

A reeleição de Dilma

Os Editores de odiario.info

Dilma Rousseff tomará posse para governar o Brasil durante mais quatro anos a 1 de Janeiro de 2015.

Foi a eleição mais acirrada de sempre. Dilma obteve 54,5 milhões de votos (51,64%) e Aécio Neves 51,041 milhões ( 48,36%).

A presidente venceu nos estados do Nordeste e Norte, beneficiados pela sua política assistencialista, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

Aécio, um neoliberal mascarado de social democrata, ganhou no Sul e Sudeste, incluindo São Paulo, motor da economia brasileira. Contou com o apoio dos EUA, da banca, do capital estrangeiro, dos grandes empresários e de da maioria da classe média .

A campanha eleitoral caracterizou se pelo baixo nível do debate politico, marcado por troca de insultos entre os candidatos. A participação de Lula no apoio à presidente chamou a atenção pelo tom populista e grosseiro das suas intervenções.

No discurso da vitória, Dilma pediu a união dos brasileiros, prometeu reformas profundas, «mudança». Assumiu compromissos que, tal como no primeiro mandato, não cumprirá. O seu partido, a PT, foi menos votado em 15 estados do que na eleição de 2010; somente elegeu 5 governadores nos 27 Estados do país.

Dilma vai enfrentar um Congresso mais desfavorável do que o anterior, o que a obrigará a fazer grandes concessões a partidos que não a apoiaram.

Na opinião da maioria dos observadores, o futuro governo realizará uma política mais conservadora do que a do primeiro mandato.

A Reforma Agrária não avançará e a repressão que atinge em diferentes estados o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra-MST aumentará com a complacência do governo federal.

Na política externa é previsível uma acentuada guinada à direita. Dilma tudo fará para melhorar as relações com os Estados Unidos e outras potências imperialistas, distanciando-se de Cuba e dos governos progressistas da Venezuela bolivariana e da Bolívia. A revisão da política internacional atingirá também a participação do Brasil nos BRICS e em organizações de integração latino-americana como a ALBA, a UNASUL e a CELAC.

O apelo de ontem à união do povo brasileiro, puramente retórico, não será ouvido.

O Brasil entrou em recessão. O PIB cai, a desigualdade social cresce, a inflação sobe. Os escândalos – sobretudo o da Petrobras- suscitam a indignação popular. A corrupção no aparelho de estado alastra. O Pais está mergulhado num lamaçal.

Tudo indica que as manifestações do descontentamento popular, que atingiram grande amplitude em Junho e Julho, se ampliarão no próximo ano.

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