Neste 24 de Maio, Dia da Mulher Antimilitarista, queremos denunciar, mais um ano, as milhares de vítimas que o militarismo, braco armado do capitalismo, provoca e ocasiona em multidom de lugares do mundo, desde o Iraque até o Congo, e desde a Chechénia até a Col'mbia, passando evidentemente polo opulento, rico e "democrático" mundo ocidental.
As vítimas do militarismo nom som só as mulheres e homens mort@s a maos dum exército regular, quicá seja esta a face mais cruel e brutal dos conflitos, e onde o militarismo é mais palpável e vissível, mas também o militarismo está presente de diferentes formas em grande número de factos da nossa vida mais quotidiana: nos baixos salários, nas violacons, na destruicom da natureza, nas torturas, nas cargas policiais, nas detencons, na precariedade laboral, ...
O permanente estado de excepcom de facto que se vive nas sociedades do mal chamado primeiro mundo, que silencia, reprime, ou ataca qualquer tipo de manifestacom dissidente (feches de jornais, ilegalizacom de partidos e organizacons políticas, proibicom de actos, etc.), som umha forma de militarismo; o patronato que envia a polícia para neutralizar as milhares de vozes que se alcavam contra a precariedade e a exploracom laboral na passada greve do metal em Vigo, a golpe de cacete, gases lacrimogénios e outras tácticas "democráticas", som mais umha forma de militarismo; muitos dos valores que se nos pretende inculcar desde criancas às mulheres: submissom, hierarquia, desigualdade, homofobia, etc, som os valores em que se baseia o militarismo e se encarrega de socializar e difundir.
Tendo todo isto em conta, poderia parecer incompreensível o espectacular incremento da percentagem de mulheres que se integram nas Forcas Armadas Espanholas, passando de 0,7% no ano 1995, a 13,5 no presente ano. As importantes campanhas (des)informativas que sofremos as mulheres galegas sobre esta suposta saída laboral estám a demonstrar eficácia. As elevadíssimas percentagens de desemprego feminino na Galiza, -incrementada ainda mais nas mulheres mocas-, a importante discriminacom salarial e a multidom de dificuldades que as mulheres temos para acedermos a um posto de trabalho em igualdade de condicons que os homems, som o caldo de cultivo perfeito para que seja possível tamanho "milagre". Paradoxalmente, as vítimas convertem-se em carrascos sob um aparente, mas irreal, manto de igualdade entre os sexos (so há que ler as próprias cifras do Ministério de Defesa para ver qual é o papel real que ocupam as mulheres na hierarquia interna dos exércitos, assim como os elevados e silenciadíssimos casos de violacons e o permanente estado de assédio sexual em que vivem muitas destas mulheres militares).
De NóS-Unidade Popular, voltamos a solicitar mais umha vez a retirada das forcas de ocupacom do nosso país, assim como a supressom de qualquer verba económica para os corpos repressivos, e também mostrar toda a nossa solidariedade com as milhares de mulheres que luitam ao longo de todo o mundo contra o militarismo, em qualquer das suas formas.
Galiza, 24 de Maio de 2006
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