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Nacionales Galiza :: 02/12/2016

[Gal/Cast] Cuba, a independência e o socialismo

Mauricio Castro
Fidel recordó el pasado mes de abril los desafíos que el género humano enfrenta, incluyendo la posible desaparición de nuestra especie

Galego

Numhas datas em que as redes e foros fervilham na exaltaçom da gigantesca figura de Fidel Castro, liderança excecional cubana, poderia dedicar estas linhas a expressar o orgulho que, como galego, independentista e de esquerda, sinto pola dimensom atingida por um filho da Galiza que já é património histórico das melhores virtudes da humanidade.

Porém, prefiro aproveitar o ensejo para ir ao fundo da questom, analisando a situaçom e perspetivas que enfrenta o povo cubano neste momento de encruzilhada histórica. E nom pola morte de Fidel, que levava umha década num segundo plano político, mas por assistirmos ao fim biológico da heroica geraçom que liderou o processo revolucionário cubano.

Como sempre que tenhem ocasiom, os inimigos da Revoluçom disparam toda a sua artilharia mediática contra esse processo histórico, que levou um pequeno povo, com recursos e riquezas escassas, a ocupar umha posiçom de relevo, como exemplo de dignidade para todos os povos do mundo.

Todos esses poderosos inimigos, incluída a chamada "social-democracia" oficial, ainda representada na Galiza polo PSOE, desejam a queda definitiva de Cuba, o seu retorno à miséria capitalista e à condiçom neocolonial.

Também nom falta, no seio da chamada "nova política", quem reconheça algumhas virtudes da Revoluçom cubana, enquanto lamenta o que considera insuficiente "nível" exigível para os cánones democráticos do "Ocidente civilizado". É o caso de intelectuais e políticos como o británico Owen Jones, o espanhol Pablo Iglesias e outros que tal, integrados nessa corrente de esquerda dita "cidadá" ou, de maneira ainda mais imprecisa, "ruturista", defensores "críticos" de "umha parte" do legado cubano.

Longe da minha intençom realizar qualquer crítica ao processo histórico conduzido polo povo cubano durante mais de meio século de dignidade e soberania nacional, em transiçom para o socialismo. Nom que esse processo esteja livre de falhas ou carências, consubstanciais a qualquer projeto de transformaçom social. Porém, seria indigno de alguém que aspira a defender o internacionalismo como valor supremo dos povos dirigir qualquer reproche a quem durante todos estes anos ousou ir mais longe do que ninguém na luita pola libertaçom do género humano da única maneira que é possível fazê-lo: partindo da luita nacional e socialmente circunscrita e combatendo abertamente o imperialismo e o capitalismo como piores lacras sociais da humanidade contemporánea.

Todo o anterior nom deve evitar que tentemos analisar a realidade como ela é, condiçom imprescindível para qualquer tentativa séria de transformaçom.

Cuba é umha naçom que, emancipada sucessivamente dos imperialismos espanhol e norte-americano, conseguiu importantes avanços em todas as ordens da vida social, que nom é preciso glossar aqui e agora para quem nos lê, porque isso está a ser feito já nestes dias por outras pessoas que comentam com algum rigor a atualidade.

Devemos, contodo, admitir que se trata de umha pequena ilha, com escassos recursos, alçada a 90 milhas náuticas da maior potência imperialista da histórica contemporánea. A sua improvável libertaçom produziu-se a custo de umha grande heroicidade que ainda hoje lhe permite gozar de condiçons sociais privilegiadas em relaçom a outros países da regiom, apesar do bloqueio e de ser umha das poucas experiências vigentes de transiçom para o socialismo num mundo unanimemente capitalista.

Nessas condiçons, seria umha ilusom ou umha irresponsabilidade exigir às forças revolucionárias cubanas qualquer mimetismo "democrático-formal" com as podres democracias burguesas do ocidente capitalista, como fai nestes dias a esquerda pós-moderna. Para já, porque os regimes do capitalismo ocidental nom merecem qualquer estatuto regulador sobre o que seriam verdadeiros conteúdos democráticos para outros povos que, como o cubano, construírom o seu próprio e genuíno modelo. Mas, sobretodo, porque Cuba tem escassíssima margem para qualquer dita "abertura" que, com toda a probabilidade, iria supor desarmá-la frente ao permanente e implacável assédio imperialista do inimigo nacional e de classe.

A necessidade incontornável de participar no mercado mundial está a ser assumida pola Revoluçom Cubana como o que realmente é: um mal inevitável cujos efeitos devem ser minorados no possível. Nengum povo pode romper por completo com a lógica interna do capital se nom for no contexto do superaçom global ou crescentemente internacional do modo de reproduçom social fundada polas relaçons capitalistas. Nom pudérom a URSS e o bloco oriental europeu, liquidados há três décadas, nem pudo a China, integrada hoje no modo de produçom capitalista sob a regulaçom implacável da Lei do valor apesar do controlo político de um partido autoproclamado comunista. Muito menos poderia Cuba culminar sozinha o ascenso à nova e superior civilizaçom socialista.

A heroica resistência nacional cubana, as políticas abertamente anticapitalistas que o seu combativo povo tem protagonizado até hoje, tenhem o seu limite na capacidade de assumir e lidar com umha realidade mundial de aberta contrarrevoluçom.

Cuba enfrenta a contradiçom de assumir esse terreno de jogo e, em simultáneo, estar consciente de que qualquer cedência na afirmaçom patriótica, no controlo direto da própria soberania nacional e na defesa do socialismo como horizonte de construçom social, conduziria o país de volta à condiçom de neocolónia ianque em breve prazo.

Porém, é necessário afirmar mais umha vez que a história nom concluiu, ainda que a ideologia dominante consiga fazer-nos acreditar na inexistência de alternativas à ditadura mundial do capital. A alternativa existe e Cuba é umha prova das suas potencialidades. Se umha pequena ilha com escassos recursos e até geograficamente atrelada à principal potência capitalista conseguiu erguer um projeto de dignidade humana como esse, o que nom conseguirá umha sucessom de processos similares que, com as suas particularidades, coincidam na perspetiva de superaçom do capital como forma de reproduçom social e da Lei do valor como regulador da existência humana?

O capital é só umha forma histórica entre outras que já atravessárom a história humana. Como as anteriores, pode e deve ser ultrapassada.

No seu derradeiro discurso, diante do congresso do Partido Comunista de Cuba, Fidel lembrou no passado mês de abril os desafios que o género humano enfrenta, incluindo a possível desapariçom da nossa espécie por causa do avanço até hoje irrefreável do metabolismo social capitalista. Hoje mais do que nunca, a superaçom das graves ameaças que o ser humano enfrenta passam por estender novas vitórias revolucionárias que enviem o capitalismo para a lixeira da história.

Como também Fidel nos lembrou, nesse caminho, sempre ocuparám um lugar de destaque a experiência e o exemplo das comunistas, dos comunistas cubanos. Com todas e todos eles, e com a sua liderança histórica, Fidel Castro, os povos do mundo mantemos desde há meio século umha dívida de gratitude que só será paga quando novos povos se somem à corrente de luita global pola independência e o socialismo, expressons históricas concretas dos mais elevados ideais humanos: o internacionalismo e o comunismo.

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Castellano

En unas fechas en las que redes y foros bullen con la exaltación de la gigantesca figura de Fidel Castro, líder excepcional cubano, podría dedicar estas líneas a expresar el orgullo que, como galego, independentista y de izquierda, siento por la dimensión alcanzada por un hijo de Galiza que ya es patrimonio histórico de las mejores virtudes de la humanidad.

Sin embargo, prefiero aprovechar la ocasión para ir al fondo de la cuestión, analizando la situación y perspectivas que enfrenta el pueblo cubano en este momento de cruce histórico de caminos. Y no por la muerte de Fidel, que llevaba una década en un segundo plano político, sino por el fin biológico de la heroica generación que lideró el proceso revolucionario cubano.

Como siempre que tienen ocasión, los enemigos de la Revolución disparan toda su artillería mediática contra ese proceso histórico, que llevó un pequeño pueblo, con recursos y riquezas escasas, a ocupar una posición relevante, como ejemplo de dignidad para todos los pueblos del mundo.

Todos esos poderosos enemigos, incluida la llamada "social-democracia" oficial, aún representada en Galiza por el PSOE, desean la caída definitiva de Cuba, su retorno a la miseria capitalista y a la condición neocolonial.

Tampoco falta, en el seno de la llamada "nueva política", quien reconozca algunas virtudes de la Revolución cubana, mientras lamenta lo que considera insuficiente "nivel" exigible para los cánones democráticos del "Occidente civilizado". Es el caso de intelectuales y políticos como el británico Owen Jones, el español Pablo Iglesias y otros parecidos, integrados en esa corriente de izquierda llamada "ciudadana" o, de manera aún más imprecisa, "rupturista", defensores "críticos" de "una parte" del legado cubano.

Lejos de mi intención realizar cualquier crítica al proceso histórico conducido por el pueblo cubano durante más de medio siglo de dignidad y soberanía nacional, en transición hacia el socialismo. No porque considere ese proceso libre de fallos o carencias, consubstanciales a cualquier proyecto de transformación social. Sin embargo, sería indigno de alguien que aspira a defender el internacionalismo como valor supremo de los pueblos dirigir cualquier reproche a quien durante todos estos años se atrevió a ir más lejos que nadie en la lucha por la liberación del género humano de la única manera que es posible hacerlo: partiendo de la lucha nacional y socialmente circunscrita y combatiendo abiertamente el imperialismo y el capitalismo como peores lacras sociales de la humanidad contemporánea.

Todo lo anterior no debe evitar que intentemos analizar la realidad como es, condición imprescindible para cualquier intento serio de transformación.

Cuba es una nación que, emancipada sucesivamente de los imperialismos español y norteamericano, consiguió importantes avances en todos los órdenes de la vida social, que no es preciso glosar aquí y ahora para quien nos lee, porque eso está siendo hecho ya en estos días por otras personas que comentan rigurosamente la actualidad.

Debemos, eso sí, admitir que se trata de una pequeña isla, con escasos recursos, alzada a 90 millas náuticas de la mayor potencia imperialista de la histórica contemporánea. Su improbable liberación se produjo a costa de una grande heroicidad que aún hoy le permite gozar de condiciónes sociales privilegiadas en relación a otros países de la región, a pesar del bloqueo y de ser una de las pocas experiencias vigentes de transición hacia el socialismo en un mundo unánimemente capitalista.

En esas condiciones, sería una falsa ilusión o una irresponsabilidad exigir a las fuerzas revolucionarias cubanas cualquier mimetismo "democrático-formal" con las podridas democracias burguesas del occidente capitalista, como hace en estos días la izquierda posmoderna. Em primer lugar, porque los regímenes del capitalismo occidental no merecen ningún tipo de estatuto regulador sobre lo que serían verdaderos contenidos democráticos para otros pueblos que, como el cubano, construírom su propio y genuino modelo. Pero, sobretodo, porque Cuba tiene muy escaso margen para cualquier supuesta "apertura" que, con toda probabilidad, iría a suponer desarmarla frente al permanente e implacable asedio imperialista de su enemigo nacional y de clase.

La necesidad insoslayable de participar en el mercado mundial está siendo asumida por la Revolución Cubana cómo lo que realmente es: un mal inevitable cuyos efectos deben ser aminorados en lo posible. Ningún pueblo puede romper por completo con la lógica interna del capital si no es en el contexto del superación global o crecientemente internacional del modo de reprodución social fundada polas relacioness capitalistas. no pudieron hacerlo la URSS y el bloque oriental europeo, liquidados hace tres décadas, ni pudo China, integrada hoy en el modo de produción capitalista bajo la regulación implacable de la Ley del valor, a pesar del control político de un partido autoproclamado comunista. Mucho menos podría Cuba culminar sola el ascenso a la nueva y superior civilización socialista.

La heroica resistencia nacional cubana, las políticas abiertamente anticapitalistas que su combativo pueblo ha protagonizado hasta hoy, tienen su límite en la capacidad de asumir y enfrentarse a una realidad mundial de abierta contrarrevolución.

Cuba se enfrenta a la contradición de asumir ese terreno de juego y, simultáneamente, ser consciente de que cualquier concesión en la afirmación patriótica, en el control directo de la propia soberanía nacional y en la defensa del socialismo como horizonte de construcción social, conduciría el país de vuelta a la condición de neocolónia yankie en breve plazo.

Sin embargo, es necesario afirmar una vez más que la historia no há concluído, por más que la ideología dominante consiga hacernos creer en la inexistencia de alternativas a la dictadura mundial del capital. La alternativa existe y Cuba es una prueba de sus potencialidades. Si una pequeña isla con escasos recursos y hasta geográficamente atada a la principal potencia capitalista consiguió levantar un proyecto de dignidad humana como ese, ¿qué no habría de conseguir una sucessión de procesos similares que, con sus peculiaridades, coincidiesen en la perspectiva de superación del capital como forma de reprodución social y de la Ley del valor como regulador de la existencia humana?

El capital es solo una forma histórica entre otras que ya atravesarom la historia humana. Como las anteriores, puede y debe ser rebasada.

En su último discurso, ante el congreso del Partido Comunista de Cuba, Fidel recordó el pasado mes de abril los desafíos que el género humano enfrenta, incluyendo la posible desaparición de nuestra especie a causa del avance hasta hoy irrefrenable del metabolismo social capitalista. Hoy más que nunca, la superación de las graves amenazas a que el ser humano se enfrenta pasa por extender nuevas victorias revolucionarias que envíen el capitalismo para el vertedero de la historia.

Como también Fidel nos recordó, en ese camino, siempre ocuparán un lugar destacado la experiencia y el ejemplo de las comunistas, de los comunistas cubanos. Con todas y todos ellos, y con su líder histórico, Fidel Castro, los pueblos del mundo mantenemos desde hace medio siglo una deuda de gratitud que solo será pagada cuando nuevos pueblos se sumen a la corriente de lucha global pola independencia y el socialismo, expresiones históricas concretas de los más elevados ideales humanos: el internacionalismo y el comunismo.

 

Enlace al artículo: https://www.lahaine.org/fC7i