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Nacionales Galiza :: 24/07/2019

Entrevista a Cris Gonçales e Bernardo Nunes de Causa Galiza

Galiza Livre
Galiza Livre entrevista a Cris Gonçales y Bernardo Nunes de Causa Galiza

Encaramos mais um Dia da Pátria com novidades de calado: as teses que visavam a ilegalizaçom de Causa Galizaperdemapoiatura, mesmo jurídica, quando a AN desestima julgar-vos por ‘pertença a organizaçom armada’. Como valorades a mudança e o novo panorama que se abre? Como julgades os apoios sociais e políticos recebidos nestes quatro anos de actividade baixo a sombra da legislaçom de excepçom?

Em quanto ao novo panorama que se abre, achamos, por umha banda, que fica em evidência o que já vinhamos denunciando estesanos: todo este processo foi umha montagem que tratou de desmantelar o independentismo organizado, metendo-lhe medo à militáncia e às pessoas que pudessem ter posturas acordes com os nossos postulados. Doutra banda, consideramos positivo o desbloqueio da nossa situaçom, já que nos permite continuar com as nossas atividades sem ter que programar sempre “à defensiva”; mas há que ter em conta que a repressom vai ser um fator constante deste lado… entendemos que a sociedade galega reagiu deste jeito polo recorte de direitos e liberdades que supujo a Operaçom Jaro; como di o poema de Niemöller: “primeiro vinhérom buscar os comunistas…”

No referente aos apoios recebidos durante a situaçom que vivemos, sempre é de agradecer que os organismos políticos e sociais do país se impliquem e tomem partido neste tipo de situaçons,mas consideramos que estes apoios deveriam ser muito mais evidentes, claros e constantes, polo que as atuaçons político-policiais deste tipo implicam a nivel de direitos civís, sociais e políticos. Também é certo que se num principio os apoios fôrom muitos, ao prolongar o Estado este processo durante quatro anos, estes fórom diluíndo-se no tempo.


Desta volta, decidistes-vos por uns ambiciosos prévios ao dia nacional
com a chamada ‘campanha das 10000’, com a que respostávades à tentativa da eliminaçom da ensenha nacional nos espaços públicos. A julgar pola difusom da iniciativa e polo seu apoio em redes sociais, está a ser exitosa. Percebedes um maior apoio às vossas teses, mesmo nestas semanas nas que a repressom contra o independentismo volveu ensinar a sua face?

Achamos que a gente botava em falta atividade na rua, que nos últimos anos deixamos um bocado esquecida, substituíndo-a por umha “militáncia virtual”. Ver as rúas tomadas por estreleiras motiva e convida a implicar-se na campanha, que valoramos como mui exitosa. Este sucesso pode ser um sintoma do momento que está a viver o independentismo na Galiza; há umha grande massa social que simpatiza com as nossas propostas, mas que ainda está por dar o passo cara a organizaçom. As últimas detençons, o jeito no que se levárom a cabo, a falta de garantias jurídicas, o perverso discurso dos meios de comunicaçom, etc, nom suponhem um freo para a base social do independentismo, senom mais bem o contrário: este tipo de atuaçons evidenciam a tentativa desesperada por silenciar e criminalizar a disidência, e a gente adoita reagir ante estas situaçons. Podemos dizer que tenhem um efeito “boomerang”.


Comentades nas vossas análises que o apoio genérico à reivindicaçom
independentista está a alcançar dimensons maiores que nunca. Vai ter
isto incidência na mobilizaçom do 25? Como pensades que se pode
traduzir isso à luita política organizada?

Agardamos que assim seja, que este 25 a participaçom na manifestaçom seja maciça. De Causa Galiza vamos ponher todos os meios possíveis para canalizar todo este apoio na luita organizada. Aproveitamos este espaço para convidar a participar das atividades que se realizam em cada comarca: desde difundir o que se está a fazer até participar nas assembleias… sempre na medida das posibilidades de cada quem.


Nos últimos tempos, a direita espanhola extrema, representada polo PP, parece mostrar certos sintomas de desgaste na Galiza, mas as alternativas de alternáncia institucional que há anos se apresentavam
como tam relevantes, encolhem e por vezes até mostram sintomas de
descomposiçom. Pensades que há espaço na nossa Terra para umha
alternativa independentista e rupturista que pivote na rua e nos
movimentos sociais?

Nom só pensamos que haja espaço, mas que é totalmente necessário. A via autonomista, ou a suposta esquerda ruturista som umha via morta. Evitar a sangria da emigraçom, o paro, as desigualdades entre homens e mulheres, o desastre ecológico ou o expólio colonial passam por construir as ferramentas políticas que servirem para acumular forças para umha rutura democrática com o estado espanhol, e poder decidir o nosso futuro como um povo livre.


O progresso do movimento feminista na Galiza está a pôrenriba da mesa o reto de ‘feminizar as organizaçons’ e dar papel protagonista às
mulheres. Como organizaçom mixta, quais achades som as medidas
imprescindíveis para avantar neste caminho?

O género é um elemento transversal, é dizer, está presente sempre em todos os ámbitos nos que nos desenvolvemos. Toda a realidade se pode analisar da perspectiva do género. Umha vez que se introduz este elemento na análise política é quando despes fendas existentes na nossa sociedade e que tenhem a súa raíz no feito de sermos mulheres. Feminizar a política significa isso: olhar sempre desde essa perspetiva, analisar as diferentes situaçons das que partimos e o jeito de equipará-las, e traduzir isto a termos políticos.A incorporaçom da perspetiva de género na nossa análise política é a medida básica para avantar, e dela dependerá que as necessidades, demandas e exigências das mulheres passem a um primeiro plano na formulaçom das nossas propostas.


Entre os muitos anúncios públicos que tedes realizado, nas últimas
semanas publicitastes especialmente duas iniciativas: a segunda fase do ‘ProcessoTrevinca’, e um Encontro Nacional pola Língua, suprapartidário, que tome decisons de urgência ante a desapariçom do idioma. Podedes desenvolver um bocado ambas as propostas?

A segunda fase do Processo Trevinca consiste em atualizar os diagnósticos, táticas e estratégias do movimento, a través do feedback com a militáncia e com a nossa base social, para o que seguimos a organizar assembleias abertas comarcais, nas que todas as pessoas que participam achegam os seus pontos de vista e propostas. Aproveitamos para animar as pessoas que podam estar interessadas a participar nesta fase do processo.

Quanto ao Encontro Nacional pola Língua nasce de três premissas: a situaçom límite do nosso idioma (perda de falantes, minorizaçom na mocidade, diglossia estrutural…), o feito de que a oficialidade e os direitos formais e as políticas restritas às instituiçons nom fórom quem de evitar o cenário atual, e por último a clara necessidade dumha estratégia comum de defesa que permita avançar cara a recuperaçom e conseguir a hegemonia social da nossa língua.

Ainda estamos a desenhar os pormenores deste Encontro, polo que por enquanto nom vamos adiantar mais, mas já vos iremos contando…

 

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