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Mundo, Mundo :: 07/06/2016

Peru: derrota do fujimorismo

Os Editores de odiario.info

NOTA DOS EDITORES

Pedro Pablo Kuzcynski (77 anos) é o presidente eleito do Peru.

Foi uma vitória tangencial obtida na reta final da campanha. Há oito dias as sondagens atribuíam à adversária, Keiko Fujimori, cinco a sete pontos de vantagem. Mas nos últimos dias graves acusações sobre o financiamento da sua campanha por mafias do narcotráfico e grandes manifestações de protesto na capital arruinaram a sua candidatura. Segundo os números oficiais divulgados ate ao mento em que escrevemos, perdeu por uma diferença de apenas 1%.

Keiko que nas últimas eleições fora muito criticada por exigir a libertação do pai, que cumpre sentença de25 anos de prisão, absteve-se desta vez de abordar o tema.

Mas a sua campanha foi desde o início apoiada pelo fujimorismo. Ela manteve-se sempre solidaria com o pai apos a prisão e condenação por corrupção e crimes contra a humanidade durante uma ditadura brutal. Alberto Fujimori foi nomeadamente responsabilizado pela esterilização de 370 000 mulheres.

Keiko distanciou-se da mãe, Suzana, que acusou Fujimori de a mandar encarcerar e submeter à tortura. Um dos irmaos tomou alias posição contra a candidatura da jovem.

O Peru é no mundo o país com maior número de assassínios per capita. A enfase de Keiko na «segurança para o povo» valeu-lhe o apoio de milhões de Fujimoris tas que admiram o ex-presidente por ter praticamente destruído as organizações guerrilheiras e por combater com êxito a violência, embora à custa de uma repressão criminosa.

Pedro Pablo Kuzcynsky, conhecido como PPK, filho de um judeu alemão e de uma francesa, é um político e empresário de sucesso. Doutorado em filosofia e Economia pela Universidade de Oxford, foi ministro dos governos dos presidentes Belaunde Terry e Alejandro Toledo. Ideologicamente é um político de direita, membro do famoso Clube de Bildelberg.

Derrotado nas eleições de 2011, comprometeu-se durante a campanha da segunda volta, como candidato de Peruanos para el Kambio, a aumentar o PIB em 5%

Deve a sua vitória ao medo inspirado pelo eventual regresso ao poder do fujimorismo através de Keiko. Recebeu por isso o apoio de todas as forças políticas anti- Fujimori, incluído o do Frente Amplio, de esquerda radical.

A tarefa de Kuzcynski será dificultada por Keiko contar no parlamento com 73 deputados num total de 130.

Ollanta Humala, ex militar torcionário, o presidente cessante, termina o mandato desprestigiado e em conflito permanente com a classe trabalhadora. Apresentou-se como populista revolucionário, mas, engavetando os compromissos assumidos, realizou uma política de direita de total submissão ao imperialismo norte-americano.

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