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Galiza :: 16/05/2005

Bricolagem.- Manual de desobediencia cidadá ao desfile militar em A Corunha

Radio Kalimera
Se amas a liberdade, desarma a tua cidade

Que coisa é Bricolagem? Bricolagem es tu. Som eu. Somos todas.
Bricolagem surge da vida e do amor. Surge da raiva e da indignacom que nos produce o Dia das Forcas Armadas e o Desfile Militar na Corunha este 29 de maio. Bricolagem surge como um experimento de interaccom colectiva que estes dias comeca a activar-se em mil pontos da cidade: estamos convencidas de que tu, eu ou aquela podemos pór em prática este experimento...

Alerta...actua!!!

Há mil e umha ideias que se podem pór em prática...Qual é a tua?

Alerta!!!...Este mes de maio os militares faram numerosos actos na nossa cidade.
Faram expossicons. Entraram na nossa ria com os seus buques assasinos. Os seus avions mega-modernos e mega-caríssimos dibujaram no horizonte a banderita rojigualda, perforando-nos os tímpanos.

Sir Paco dá-lhe a medalha da Cidade à Capitania Militar...nom nos representam! Os nossos direitos vam-se recurtar para fazer umha mostra de armamento e umha exaltacom de valores com os que muitas nom nos sentimos identificadas.

Desfilaram polas nossas ruas com as suas máquinas de matar. Vai vir a Legiom de Millan Astray, umha insituicom que deveria figurar no museu dos horrores. Ruido de sables. Ruido de morte.

nom podemos ser indiferentes...mobilice-mo-nos!!!

Outra realidade é possível. Com as nossas pintadas. Com os nossos passa-ruas sound system. Com um grande festival alternativo ao desfile. Com o tam-tam das cacoladas. Com as nossas vozes. Com racons poderossas e contundentes à margem dos seus uniformes, das suas pistolas, dos seus tanques, das suas bombas:

as nossas armas som os argumentos e o amor
...quais som as deles?

Chega bricolagem, chega a primavera, chega a vida!

Bricolagem propom umha protesta massiva, plural e descentralizada contra o Dia das Forcas Armadas na Corunha; nom ao estilo da típica manifestacom-processom: exploremos novas formas de denúncia e de accom. Trata-se de potenciar o "do it yourself" (fai-no por ti mesma). Construamos um movimento cívico incluinte, multitudinário, dinámico, aberto, que nom seja propriedade de nengum colectivo ou grupo de pessoas. Se tu fas algo, o teu vizinho também, as tuas companheiras de estudo outra coisa, os teus colgas de trabalho outra, entre todas iremos conformando um estado de opiniom amplo, profundo e poderosso.

"Bricolagem" somos todas. Somos muitos os indivíduos, muitas as sensibilidades...viva a diversidade! Todas contra os exércitos, porque NENGUM EXÉRCITO defende a paz.

"Bricolagem" brilhará para gentes inovadoras que sejam abertas e se movam em novos campos, mas será umha obscura nube para aqueles que vivem em esquemas do passado. A "política" clássica estivo ligada à guerra e à dominacom. Adeus á guerra!

"Bricolagem" vai mais alá da "política". Nom quer saber nada de Maquiavelo, da guerra, do terrorismo. Nom quer mártires, nem sacrifícios, nem herois.Tampouco burócratas nem políticos profissionais. Nem enfrentamentos estéreis.

"Bricolagem" tem o encanto de sair da lógica militarista, autoritária, sectária; espalhando a criatividade do nosso "eu" colectivo e plural, e a nossa prática de Democracia, à margem do que entendem por esta bonita palavra os poderossos estados transnacionais.

"Bricolagem" significa umha protesta construtiva e divertida, sem esquemas predeterminados, que nos encha de verdade, que dé sentido ao momento presente, que nos faga livres. E que nos faga livres porque queremos. Que crie lacos de amizade, de amor, de afectividade...facamos redes e sociedade civil!

Por que?

E fazemos isto porque somos conscientes de como está o mundo.. Porque nos condenam a um futuro de assalariadas precarizadas a dispossicom, qual monicreque, dos desejos do Capital: precárias sim, mas nom idiotas.

Porque estamos fartas de que esta cidade seja o "pátio particular" de Paco. Porque nos indignamos e saimos á rua com o "Prestige". Porque nos manifestamos contra a invassom e a guerra do Iraque. Porque temos memória...

sabias...?

-que vam desfilar os mesmos fascistas que massacrarom A Corunha em 1936?
-que perto de 400 pessoas forom passeadas e fussiladas nesta cidade?
-que miles forom encarceradas, torturadas, repressaliadas, exiliadas?
-que quando assasinarom à mulher do Governador Civil, embaracada, abrirom-lhe a barriga e lhe sacarom o feto das entranhas?

Estátua de Millán Astray, ruas com nomes fascistas...vergonha!

mans à obra...
todas somos quem de fazer bricolagem

O mundo da bricolagem é ilimitado. Exploremos. Sempre há novas ideias.

O verbo frances "bricoler", significa "instigar ao redor, organizar e amanhar coisas". Poderia, suponhemos, aplicar-se a amanhos florais, mas isto nom é realmente o que significa na prática.

O substantivo "bricolagem" é usado para melhorar a qualidade de vida por meios iniciados por umha mesma na transformacom do seu entorno e da própria vida. Facamos da própria vida, pois, umha obra de arte. E desfrutemos deste processo.

Limpemos a sociedade, as nossas vidas, da lacra militarista. Criemos e usemos novas ferramentas antagonistas que nom sejam propriedade de ninguem, ou que sejam propriedade de todas. Usemos as ferramentas e que rulem.

Ferramentas...

USA-ME
(Foto carimbo)

* envia-me por email às tuas amigas.

* pom-me no telf. Público, na entrada da biblioteca, na porta do teu centro de trabalho, na tua bicicleta; fai comigo umha camisola.

• difunde-me. Som o símbolo deste movimento contrário ao desfile militar.

15 de maio comeca:Operacom branca

Frente à cor fascista da destrucom desplegamos umha multitude de cores.

O verde- kaki é o símbolo da obscuridade. No verde kaki está o machismo, a impossicom, a guerra, a OTAN, a dominacom, a obediencia cega, a missogínia, a uniformidade, o pensamento único, o gasto militar, a ecatombe nuclear, a homofobia, o consumo mercantilizado, o heterossexismo, o autoritarismo, a agressividade.

O branco é o símbolo das outras cores (lilá, rosa, vermelho, negro, verde...) No branco está a participacom, a assembleia , a nom violencia, a rebeldia, a liberdade, a participacom, o amor, o debate, a crítica, a alternativa, a igualdade, a desobediencia, a diversidade, os centros sociais, a festa, a afectividade, a cooperacom.

Apartir do 15 de maio

Colga trapos ou sabas brancas nas janelas ou balcons da tua casa como repulsa ao desfile.

Ring, ring...diga?

Bricolagem pode tambem significar umha nova maneira de ver o flujo de informacom. E de fazer as coisas. Fai-nas por ti mesma. Fai-nas com o teu grupo de amigas. Faca-mo-las por nós próprias:

Difunde as conovocatórias via email, boca a boca, SMS: passa-o!!!

Faz cartazes, pom-nos no teu bairro, na tua aula, no bar onde paras.

Pom-te umha chapa na solapa.

Envia cartas de protesta aos jornais.

Convoca umha assembleia na tua faculdade, no teu liceu, no teu centro de trabalho: delararemos estes espacos Zonas Desmilitarizadas.

Faz umha "plantilla", colhe um spray e decora a cidade.

Telefona aos militares, envia-lhes um email e di-lhes o que pensas!

Que nos escuitem!

Potencia, difunde, espalha este virus comparte com todas bricolagem, caminhemos em sintonia

Desobedecendo ao andar

Em palavras de JA Pérez, Caminhar é umha das atitudes que melhor pode resumir a desobediencia, polo que implica de liberdade e também de autonomia. Com os flujos de informacom global, o ofício de caminhante é um dos mais fázeis de aprender. Para andar nom fam falta dotes especiais, cada um pode regular o ritmo da marcha conforme ás suas condicons físicas. Um caminhante nom precissa automóvel, nom depende do preco do petróleo, nom paga a peajem das autovias, nom se tem que inclinar ante a autoridade competente para solicitar o permiso de conduzir. Desprovisto de grandes necessidades, o caminhante segue a sua rota polas beiras que estam fora dos muros do Sistema.

Derrubar os muros do sistema? Por suposto. Mas nom a cabecacos, porque só lograriamos romper-nos a crisma sem fazer um rasgunho ao muro. Sejamos inteligentes. Exploremos novas vias de accom, de intervencom. Nós também temos PODER. Somos multitude, somos a cidadania e se queremos, PODEMOS.

porque queremos umha sociedade sem militarizar...

dizemos NOM às Forcas Armadas

fai-te caminhante, juntas podemos, A Corunha em pé de paz
actua...

Decálogo de bricolagem

1) Pensa em termos de eficácia. Umha campanha como esta nom recai só nas tuas próprias forcas. O que tu facas, por pequeno que seja multiplicará-se por toda a cidade.

2) À margem dos colectivos activistas clássicos, bricolagem fai-se nómada, levando com el, atraves de todas nós, o desejo e a esperanca de umha experiencia irreprimível.

3) Bricolagem potencia a organizacom em rede, a descentralizacom da protesta, o trabalho em grupos de afinidade, a intercambiabilidade e a continua transformacom. Bricolagem é umha protesta plural, horizontal, híbrida e mestica.

4) Nom se trata de fazer adeptos ou de estebelecer identidades dogmáticas e conviccons. Trata-se de estimular o pensamento e desmontar identidades e ideologias, permanentemente: viva o Questionamento Permanente!

5) Ante os exércitos, as policias e as guerras nunca a democracia foi tam necessária como agora. Essas gentes armadas nom nos defendem de nada. Elas mesmas constituem um autentico perigo público.

6) Somos quem de criar novos circuitos de cooperacom e colaboracom. Expressemos a nossa repulsa ao Dia das Forcas Armadas como umha rede aberta e expanssiva, onde todas as diferencas podam expressar-se livre e equitativamente.

7) Está emergindo um novo modo de ser na esfera pública que se caracteriza polo feito de que o Estado è algo que se volveu velho e inadequado, com umha máquina de escrever em relacom a um computador. Bricolagem quer ajudar a essa nova esfera pública, construindo novas experiencias de democracia nom representativa.

8) O tempo está dividido entre um presente que já está morto e um futuro que já está vivo. Os militares formam parte desse presente, nós somos o futuro.

9) Inventa e conecta tantas intencons, motivacons e causalidades como seja possível. Podemos usar linguagens de múltiples vozes que vam chegar muito mais alá desta luita concreta ante o desfile militar. Fazendo-o assim estamos a construir umha vissom muito mais ampla do que percibimos no momento actual.

10) ...o que tu queiras!

Estamos a construir a base para novas redes e vias de luita cidadá.

 

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