Meia centena de independentistas galeg@s participam nas marchas de Ceivar às cadeas espanholas
Quando meava a manhá do domingo 17, a marcha galega atopava-se já perante o cárcere de Cáceres. A impossibilidade física de @s manifestantes se situarem num lugar do qual o preso Ugio Caamanho escuitar os seus berros clamando liberdade, pese ao balbordo animador d@s gaiteir@s e pandeireteir@s que punham a nota festiva de cor à concentracom, fijo com que nessa ocasiom fosse a cadea de antidistúrbios da VIII "Unidad de Intervención Policial", que comecárom a blindar a porta principal da prisom, o auditório principal dos gritos galegos contra a Espanha, a sua política, cárceres de extermínio e forcas repressivas.
Polo contrário, às cinco e meia da tarde, a presa Giana Gomes, junto com outras presas políticas galegas e bascas, ouviam directamente, das janelas da prisom em Brieva, as demandas de repatriacom e liberdade d@s participantes da manifestacom, acompanhad@s de perto pola vigiláncia de furgonetas e agentes da "Policía Nacional". A possibilidade de se chegar a estabelecer a comunicacom directa coas presas políticas lá sequestradas, ondeando bandeiras patrióticas das celas, causou a permanencia da marcha no lugar por volta de quase duas horas, até despois de anoitecer. Cánticos festivos, hinos de luita, berros reivindicativos,um pequenino concerto improvisado de Skárnio e conversas a berros coas presas políticas provocárom umha animadíssima e mui emotiva estáncia perante a cadea abulense, que nem as tentativas censoras d@s carcereir@s por desluzirem a jornada solidária, procedendo a um cacheo da cela da Giana e ao roubo da insígnia patriótica que ela ondeava à(o)s compatriotas que fora a acompanhavam,
conseguírom aguar.
Umha bandeira da pátria ficou chantada próxima aos muros da prisom, como lembranca temporal da presenca galega solidária em terras estrangeiras.
Reproduzimos a continuacom na íntegra o comunicado solidário e de reafirmacom na luita que Ceivar foi capaz de transmitir fisicamente às presas políticas de Brieva. O nosso Organismo considera, como nel se pode ver, que o discurso anti-repressivo, agora mais ca nunca, deve de acompanhar as reivindicacons políticas de base subjacentes à luita pola qual há galeg@s sequestrad@s na Espanha; conforme a repressom espanhola mais aumentar, mais as iremos aumentando nós tamém.
Anunciamos que repetiremos, incrementada, esta positiva experiencia em vindeiras ocasions, entanto houver um/ha só independentista galeg@ pres@ e longe da terra.
Amosamos tamém o nosso agradecimento aos meios contra-informativos que, da distáncia, nos f'rom acompanhando na marcha pola Espanha e cubrindo a realizacom da mesma, como o jornal "Novas da Galiza" e a rádio livre de imigrantes galeg@s
em Euskal Herria "Radio Zintzilik".
Comunicado de Ceivar na marcha contra os cárceres da dispersom.
"Companheiros e companheiras, amizades e familiares d@s pres@s independentistas Giana Gomes e Ugio Caamanho:
Esta nom é a primeira vez em que companheir@s, amizades e parentes de pres@s independentistas galeg@s nos vemos forcad@s a percorrer centos ou milhares de km polas estradas espanholas para visitarmos, durante um brevíssimo lapso de tempo, militantes galeg@s em prisom ou, como acontece neste caso, para exprimirmos a solidariedade e o reconhecimento dum sector do nosso povo a quem se encontram pres@s nos centros espanhóis de extermínio por luitarem pola libertacom nacional e social da Galiza com todos os meios ao seu alcanco.
De certeza, tamém nom será a última vez que tenhamos que deslocar-nos: o Estado Espanhol utilizou historicamente, e utiliza a dia de hoje, a dispersom penitenciária como um instrumento político de chantagem sobre @s pres@s independentistas galeg@s. Através da violacom da sua própria legalidade e o pissoteo das convencons internacionais de direitos das pessoas presas, Madrid procura minar a moral de combate e a integridade psicofísica d@s pres@s independentistas galeg@s, estender a repressom a todo o seu contorno social e político e, finalmente, impor um castigo exemplarizante a quem se atrever a contestar a opressom coas mesmas ferramentas com que esta se impom e perpetua a diário. Estas som as únicas e reais razons para que a Giana Gomes Rodrigues, o Ugio Caamanho Sam-Tisso e todas e todos nós nos encontremos agora neste lugar do páramo espanhol.
Neste contexto, a solidariedade cobra, portanto, um valor ético, político e humano transcendental. Um valor que nos próximos tempos deveremos saber praticar com mais forca e persistencia do que nunca, e que deveremos potencializar e estender a círculos a cada vez mais amplos de militáncia e contornos sociais.
Companheiros e companheiras, amizades e familiares d@s pres@s Giana Gomes e Ugio Caamanho:
Correm tempos de endurecimento da repressom para esse sector da sociedade galega que nom claudicamos na defesa de todos os direitos nacionais e sociais para o nosso país; que defendemos, perante um processo fraudulento de reforma estatutária pactado por arriba entre os partidos institucionais, a vigencia e a necessidade do direito de Autodeterminacom para a Galiza e umha mudanca profunda do actual modelo sócio-económico que permitir condicons dignas de vida e trabalho para todas e todos. Sabemos que a nossa luita nom é gratuita, que responde os desejos e necessidades mais sentidos polo nosso povo e que, por estas mesmas razons, será sempre umha luita perseguida e castigada por um Estado incapaz de assumir e respeitar os direitos mais elementares das galegas e galegos.
Contodo, este é um momento de esperanca: se bem é irrebatível que a via estatutista nom é mais do que umha armadilha enganosa contra a luita pola liberdade da Galiza e é incapaz de solucionar os problemas que afectam o nosso povo, tamém o é que a capacidade de luita e resistencia está mais viva do que nunca, como confirma a quantidade de projectos e iniciativas que, ao calor e o empurre do Movimento de Libertacom Nacional Galego, se desenvolverom nos últimos anos. @s patriotas Giana Rodrigues Gomes e Ugio Caamanho Sam-Tisso fam parte dessa corrente sócio-política histórica que, nos últimos trinta anos, teima contra vento e maré, contra a repressom e a vulneracom de direitos, para recuperar a dignidade e a libertade que corresponde à nacom galega e que a Espanha historicamente nos usurpa.
Finalizamos. Deste lugar inhóspito do páramo espanhol, queremos afirmar perante vós, bem alto e claro, a nossa assuncom estratégica dum compromisso ético, humano e político de impulsionar a luita polo respeito de todos os direitos que correspondem às presas e presos independentistas galeg@s e a luita pola liberdade de todos e todas aquelas que se encontram em prisom por trabalharem pola liberdade da Galiza. Enquanto umha ou um de nós se atopar nas gadoupas da Espanha, tod@s estaremos dalgum modo pres@s.
Aliás, queremos tamém fazer um chamado ao vosso compromisso mais activo com aquelas mulheres e homes bons e generosos a quem a história qualificou um dia de "imprescindíveis". Porque a Giana Gomes Rodrigues e o Ugio Caamanho Sam-Tisso fam parte desse tipo de seres humanos que, num país como a Galiza, som imprescindíveis.
Companheiras e companheiros, berrai com nós:
Viva Galiza Ceive!
Liberdade para @s pres@s independentistas!
Nom aos cárceres de extermínio!"
Mais informacom: http://www.ceivar.org